
Conheça mais sobre o
AUTISMO
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), comumente referido como Autismo, é um distúrbio neurológico do desenvolvimento que impacta as capacidades físicas, motoras, de comunicação e interação social. Essa condição tende a se manifestar durante a infância.
De acordo com as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1% da população global pode estar no espectro do autismo. Além disso, estima-se que 1 em cada 160 crianças ao redor do mundo recebe o diagnóstico de TEA. Mas o que, afinal, é o autismo?



O que é o Autismo?
O autismo é um transtorno neurológico do desenvolvimento que se manifesta de diversas maneiras. Em termos gerais, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) impacta a linguagem, a comunicação, a interação social e os padrões de comportamento social. Indivíduos dentro do espectro podem exibir comportamentos repetitivos, interesses fixos e hiperfoco, bem como sensibilidade diminuída ou aumentada a estímulos sensoriais, entre outros
Os primeiros indícios de autismo podem ser observados nos primeiros meses de vida, e o diagnóstico geralmente é estabelecido por volta dos dois ou três anos de idade. Pessoas com autismo frequentemente mantêm pouco contato visual durante as conversas, enfrentam dificuldades na interação social e desenvolvem um forte interesse por tópicos específicos. A seguir, veja mais informações sobre as possíveis causas, sintomas e opções de tratamento desse transtorno.

Características do Autismo
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) influencia profundamente o comportamento dos indivíduos, e os primeiros indícios podem ser observados em bebês com poucos meses de vida. Em linhas gerais, uma criança no espectro autista costuma apresentar os seguintes sintomas:
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Dificuldades significativas na interação social, incluindo a manutenção do contato visual, expressão facial, gestos, expressão de emoções e estabelecimento de amizades;
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Desafios na comunicação, caracterizados pelo uso repetitivo da linguagem e obstáculos para iniciar e manter diálogos;
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Alterações comportamentais, apegos rígidos a rotinas, comportamentos repetitivos, interesses intensos em assuntos específicos, dificuldades com a imaginação;
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Sensibilidades sensoriais, podendo ser hiper ou hipoativas, nos sentidos: paladar, visão, audição, tato, olfato, que ficam sensíveis a certos estímulos;

Causas
As origens do autismo ainda não foram completamente esclarecidas, mas a pesquisa nesta área está em constante expansão. É bem estabelecido que tanto fatores genéticos quanto influências externas desempenham papéis cruciais no surgimento desse transtorno.
De acordo com um estudo publicado no Journal of the American Medical Association, a herança genética é um fator responsável por cerca de 80% dos casos de autismo. Por outro lado, os fatores externos podem ser associados a complicações durante a gestação, infecções, desequilíbrios metabólicos e exposição a substâncias tóxicas.
Fatores de Risco
Existem diversos fatores que influenciam o risco de desenvolver autismo:
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Gênero: Meninos têm uma probabilidade de quatro a cinco vezes maior de desenvolver autismo em comparação com meninas.
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Histórico Genético: Famílias que têm histórico de autismo enfrentam um risco aumentado de novos casos da condição.
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Condições de Saúde: Crianças que sofrem de certas condições de saúde, como epilepsia e esclerose tuberosa, têm um maior risco de desenvolver autismo.
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Idade dos Pais: Alguns estudos sugerem que crianças nascidas de pais mais velhos têm uma probabilidade maior de desenvolver autismo até os três anos de idade.
Tipos de Autismo
Existem diversos subtipos de autismo, cada um classificado de acordo com seu quadro clínico. Antigamente costumava-se separar o autismo em 3 graus de suporte, cada um caracterizando níveis variados de desafios e necessidades, como visto abaixo:
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Autismo Grau 1 (Leve): Indivíduos neste grau mostram alguma independência em atividades diárias, mas têm dificuldades na interação social, expressão verbal e organização.
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Autismo Grau 2 (Moderado): Aqui, os sintomas são mais evidentes, exigindo um nível moderado de suporte para as tarefas cotidianas. Há desafios significativos na socialização e na comunicação, além de comportamentos repetitivos mais complexos e uma forte adesão à rotina.
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Autismo Grau 3 (Severo): Este grau demanda apoio constante para as atividades diárias, com sérios déficits na comunicação e interação social. Há extrema dificuldade em lidar com mudanças, manifestação de comportamentos repetitivos intensos e fixação em interesses restritos. Também há uma associação frequente com o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Hoje em dia, utilizamos a classificação atual mais moderna e completa, a CID 11.
Em janeiro de 2022 entrou em vigor a CID-11, a nova versão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, desenvolvida pela OMS. Essa versão usa o termo “Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)” para abranger todos os diagnósticos anteriormente conhecidos como “Transtorno Global do Desenvolvimento”, como orientado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA, 2014).
Na CID-11, o TEA possui algumas subdivisões que consideram a presença ou ausência de Deficiência Intelectual e/ou comprometimento da Linguagem Funcional. De acordo com a nova classificação, existem 3 níveis de apoio: Nível 1: “Exigindo apoio”; Nível 2: “Exigindo apoio substancial”; Nível 3: “Exigindo apoio muito substancial”. Observe mais detalhes nas tabelas abaixo:



O Diagnóstico do TEA


Os primeiros indícios do Transtorno do Espectro Autista (TEA) começam a se manifestar em bebês, geralmente entre 1 e 2 anos de idade, embora variações possam ocorrer em casos mais graves ou mais sutis, manifestando-se antes ou depois desse período. A partir dos 12 meses de idade, crianças com TEA podem demonstrar sinais como não apontar com o dedo, manifestar maior interesse por objetos do que por pessoas, dificuldade em manter contato visual e a tendência a não responder quando chamadas.
Ressalta-se que há raros casos de regressão do desenvolvimento, geralmente identificados após pelo menos 2 anos de desenvolvimento típico, o que anteriormente era chamado de Transtorno Desintegrativo da Infância.
Por volta dos 18 meses, é possível realizar uma avaliação com um profissional especializado, como um neuropediatra ou psiquiatra pediátrico.
O diagnóstico do autismo é estabelecido por meio da observação direta do comportamento da criança e de entrevistas com os pais e cuidadores, podendo incluir o uso das escalas.
O diagnóstico é confirmado quando a criança exibe as características fundamentais do autismo, que incluem deficiências sociais, dificuldades na comunicação, interesses intensos e restritos, além de comportamentos repetitivos (também chamados de estereotipias). O TEA pode se manifestar em diferentes graus, resultando em variações nos sinais observados.
Em casos de autismo nível de suporte 1, por exemplo, o diagnóstico pode ser mais demorado, pois os sintomas frequentemente são confundidos com outras características, como timidez, excentricidade ou falta de atenção. Geralmente se tem mais dificuldade em fazer o diagnóstico em meninas e mulheres.
É importante observar que o DSM-5 reconhece que indivíduos com TEA podem apresentar sintomas associados em diferentes níveis, como habilidades cognitivas que se destacam (seja acima ou abaixo da média), atrasos na linguagem ou habilidades linguísticas expressivas avançadas, surtos e comportamento agressivo, bem como variações nos padrões de início da condição, além de outras condições relacionadas.
O diagnóstico possibilita a elaboração de um plano de tratamento personalizado, adaptado às necessidades específicas de cada criança. Com uma abordagem multidisciplinar, os sintomas tendem a ser atenuados ao longo da vida, melhorando a qualidade de vida tanto do indivíduo com TEA quanto de sua família.

Sinais do Autismo
Os sintomas do autismo podem variar dependendo do nível do espectro no qual o indivíduo se encontra. As áreas afetadas e suas manifestações incluem:
Comunicação:
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Dificuldade em iniciar ou manter uma conversa ou interação social.
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Uso de gestos em vez de palavras para se comunicar.
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Atraso no desenvolvimento ou ausência de linguagem.
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Referência errônea a si mesmo, como dizer "você quer água" em vez de "eu quero água."
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Repetição frequente da mesma palavra ou pergunta.
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Dificuldade em compreender figuras de linguagem e sarcasmo.
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Comunicação com tom monótono.
Interação Social:

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Dificuldade em fazer amigos.
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Falta de contato visual.
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Isolamento social.
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Falta de empatia.
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Desconforto com contatos físicos, como beijos e abraços.
Comportamento:
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Acessos de raiva intensos e agressividade.
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Fixação excessiva em um único tópico ou atividade.
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Dificuldade de atenção.
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Hiperatividade.
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Movimentos corporais repetitivos.
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Dificuldade em participar de atividades de imaginação.
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Sensibilidades sensoriais, como visão, audição, tato, olfato ou paladar muito intensos.
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Ausência de medo em situações perigosas.
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Irritação em resposta a mudanças na rotina.
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Apego a objetos.
Estas são algumas das manifestações que podem ocorrer em indivíduos dentro do espectro autista, e a intensidade e combinação dos sintomas variam de pessoa para pessoa.
Tratamento
Até o momento, não existem tratamentos medicamentosos específicos para o autismo, embora a pesquisa nessa área seja uma prioridade, e vários medicamentos estejam em fase de estudo.
O tratamento mais amplamente recomendado para auxiliar no desenvolvimento de crianças com autismo envolve uma abordagem multidisciplinar e/ou interdisciplinar, composta por profissionais como terapeutas ocupacionais, pediatras, psiquiatras, neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros.
A escolha da intervenção adequada depende da gravidade do transtorno e da idade do paciente, sendo uma decisão colaborativa com os pais.
De forma geral, o tratamento combina diversas terapias com o objetivo de avaliar e melhorar as habilidades sociais, comunicativas, adaptativas e organizacionais da pessoa com autismo.
A abordagem terapêutica pode incluir exercícios para aprimorar a comunicação funcional e espontânea, atividades lúdicas para incentivar a interação com os outros, aprendizado e manutenção de novas habilidades e a promoção de comportamentos positivos para lidar com problemas de conduta.
Duas abordagens terapêuticas frequentemente adotadas são a Análise Aplicada do Comportamento (conhecida como método ABA) e a Terapia Cognitivo-Comportamental.
Terapia ABA
A Análise do Comportamento Aplicada, conhecida como ABA (Applied Behavior Analysis), é uma abordagem psicológica amplamente utilizada para a compreensão do comportamento e tem sido aplicada de forma abrangente no tratamento de indivíduos com desenvolvimento atípico, incluindo aqueles afetados por transtornos invasivos do desenvolvimento.
A ABA é um conceito derivado do campo do Behaviorismo, que se dedica a observar, analisar e explicar a relação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem. Quando um comportamento é cuidadosamente analisado, é possível desenvolver um plano de ação para modificar esse comportamento.
Um programa eficaz de ABA sempre enfatiza a generalização do aprendizado. À medida que a criança progride, ela se torna mais capaz de "aprender incidentalmente", o que implica assimilar de forma natural linguagem, conceitos e habilidades que não foram especificamente ensinados.
Como funciona a Terapia ABA?
Um programa eficaz de ABA sempre enfatiza a generalização do aprendizado. À medida que a criança progride, ela se torna mais capaz de "aprender incidentalmente", o que implica assimilar de forma natural linguagem, conceitos e habilidades que não foram especificamente ensinados.
A terapia ABA é baseada no princípio do Condicionamento Operante, um conceito atualmente empregado para promover a modificação de comportamentos e auxiliar no aprendizado de novas habilidades.
O Condicionamento Operante refere-se ao processo pelo qual um comportamento, quando seguido por um estímulo positivo, aumenta a probabilidade de que esse comportamento se repita no futuro. Em termos simples, à medida que vivemos nossas vidas, as consequências que enfrentamos influenciam se estamos mais propensos ou menos propensos a repetir um determinado comportamento no futuro.
Por exemplo, se, durante sua rotina para o trabalho, você acena e sorri para o motorista do carro ao lado, e ele gentilmente permite que você siga adiante, é provável que você repita essa ação no dia seguinte. Seu comportamento de acenar e sorrir se tornará mais frequente porque foi reforçado pela resposta positiva do outro motorista.
Terapia Ocupacional
A terapia ocupacional no autismo traz uma série de benefícios notáveis para indivíduos no espectro.
Com o suporte de terapeutas especializados, crianças e adultos com TEA podem alcançar maior independência e qualidade de vida, reduzindo comportamentos desafiadores de forma mais eficaz. As vantagens são:
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Aprimoramento das habilidades motoras: Ajuda a superar desafios no desenvolvimento de habilidades motoras, tanto finas quanto grossas, cruciais para tarefas como escrita, amarração de sapatos e uso de talheres.
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Aperfeiçoamento da comunicação: Trabalha em parceria com fonoaudiólogos para melhorar habilidades de comunicação, abarcando linguagem verbal e não verbal.
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Integração sensorial: Auxilia na compreensão e manejo de sensações sensoriais difíceis, como ruídos altos, luzes brilhantes ou texturas desconfortáveis.
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Promoção da autonomia: Foca no desenvolvimento de habilidades de autocuidado, como vestimenta e higiene pessoal.
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Desenvolvimento de habilidades sociais: Integra-se ao desenvolvimento de interações sociais significativas e compreensão das nuances da comunicação social para crianças com TEA.
Integração Sensorial
A Integração Sensorial é uma abordagem central na terapia ocupacional para pessoas no espectro do autismo. Seu foco está em ajudar aqueles com dificuldades sensoriais a lidar de forma mais saudável e eficiente com informações sensoriais.
Isso pode envolver atividades que exploram diferentes texturas e formas, visando melhorar a tolerância sensorial. O objetivo principal é oferecer experiências terapêuticas estruturadas e planejadas para aprimorar a maneira como o cérebro processa e integra informações sensoriais do ambiente.
Transtorno do Processamento Sensorial
As dificuldades sensoriais podem impactar várias áreas na vida de crianças com TEA, já que o nosso corpo recebe diferentes tipos de sensações.
Para entender melhor, pense em todos os estímulos que você percebe ao fechar os olhos por um minuto. Ouça algum som ou sente algum cheiro? Consegue sentir a textura do assento em que está? Percebe se está deitado ou em pé?
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Além disso, pense nas sensações mais sutis. Como suas roupas tocam na pele? E seus acessórios, como relógio, anéis ou colares? Você consegue sentir o tecido das meias? E como reage a sons como o tic-tac de um relógio ou à luz de uma lâmpada?
O Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) pode causar reações exageradas ou ausentes aos estímulos sensoriais em crianças com autismo. Alguns sintomas de hipersensibilidade incluem incômodo com texturas, luzes fortes, sons altos, sensibilidade ao toque e dificuldades motoras. Estes podem levar a problemas comportamentais e de interação social, além de desafios na motricidade fina.
Por outro lado, crianças com hiposensibilidade podem buscar estímulos intensos, como movimentos rápidos e rotação, mastigar objetos, procurar estimulação visual e ter dificuldades para perceber sujeira no rosto ou nariz escorrendo.
Esses sintomas podem afetar a autoconfiança e levar ao isolamento social e, em casos mais graves, à depressão, destacando a importância de uma atenta observação inicial e intervenção adequada.
Fonoaudiologia
A fonoaudiologia desempenha um papel essencial no desenvolvimento da comunicação em crianças com autismo, visando aprimorar habilidades sociais e linguísticas. A fonoaudiologia também facilita a socialização ao desenvolver habilidades comunicativas, promovendo interações sociais positivas e conexões significativas com amigos e colegas. Seus benefícios incluem:
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Estímulo da linguagem: Fonoaudiólogos personalizam terapias para melhorar vocabulário, compreensão auditiva e expressão oral.
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Aprimoramento da interação social: Contribui para o contato visual, interpretação de expressões faciais e compreensão de pistas sociais, fortalecendo conexões com familiares e amigos.
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Melhoria na articulação e fluência verbal: Intervenções especializadas ajudam na clareza da fala e fluidez na comunicação.
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Redução de comportamentos repetitivos: Oferece alternativas funcionais para comportamentos estereotipados, incentivando formas mais apropriadas de expressão.
Autismo tem cura?
O autismo é uma condição que não possui uma cura definitiva. No entanto, há uma variedade de métodos de intervenção e suporte ao aprendizado e ao desenvolvimento, que visam proporcionar uma boa qualidade de vida para pessoas no espectro autista.
Para garantir um suporte abrangente e eficaz para indivíduos com autismo, a colaboração de profissionais qualificados é essencial. No Centro Integrado de Terapias Cavalca, contamos com uma equipe de Terapeutas Ocupacionais e Psicólogos altamente capacitados, prontos para oferecer abordagens terapêuticas personalizadas e orientação especializada. Clique aqui e entre em contato para uma primeira avaliação gratuita!
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